segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desigualdade Social é Coisa do Passado


Agradeça a Deus se você está empregado hoje, querido pavunense. O mercado de trabalho está fácil para sair e um martírio para entrar. Com programas de acesso à universidade, o governo só esqueceu de dar emprego a tanta gente. Pois bem, temos uma classe desempregada com diploma pendurado na parede do quarto.

Para quem está saindo, ou saiu da faculdade, e encontrou um emprego, se depara com outro problema, a desigualdade profissional. Em várias carreiras há profissionais ganhando muito pouco e outros bem ricos. Está aqui um problema da sociedade pós-moderna. A desigualdade profissional é um dos caminhos para a desigualdade social. Digamos que a social é um reflexo da profissional.

Certo dia, lendo um classificados, vi que era oferecida uma vaga para emprega doméstica. Salário de R$1.200,00 + vale transporte e refeição no local. Tem empregada ganhando 1 salário mínimo, diaristas ganhando R$35 o dia trabalhado. Em todos as profissões vemos isso. Claro que o tempo e qualificação ajudam em um bom salário, mas nem todos terão as mesmas oportunidades e acessos a bons empregos.

Contato e nepotismo podem ser fatores influenciadores. Sempre amigos e parentes podem se indicar para vagas de empregos, dificultando o acesso de muitos jovens recém-formados. Para comprovar, em dez dias mandei 63 currículos para diferentes empresas. Não recebi retorno de nenhuma. Não sou um expert mas não tenho um fraco currículo. Inglês fluente, domínio do pacote office, programas técnicos e experiência. Sem contar com a graduação. Qual o meu problema? O mesmo de muitos jovens em início de carreira, talvez?

As empresas não podem criar um abismo entre emprego e profissionais. Por outro lado, o governo deve incentivar jovens a construir suas carreiras, principalmente na área técnica, que está sedenta de trabalhadores. Não adianta colocar jovens nas faculdades, se no fim não terão o tão sonhado emprego. Isso sem contar que as corporações devem estudar e elaborar bem seus planos de carreira.

É algo antagônico, um profissional sem emprego. Aquilo que deveria otimizar o humano está em falta. Emprego se tornou algo tão raro quanto as araras-azuis. Mas se tem algo que muitos brasileiros têm é a fé. Está aí algo que motiva um profissional em busca de trabalho. Que os diplomas mudem de endereço, saiam dos quartos e vão para as salas, não as de estar.

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